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Capacitação e Contratação de Deficientes
Vale à pena capacitar e contratar profissionais deficientes?
Capacitação dos colaboradores deficientes, inclusão social e, consequentemente, o cumprimento da Lei de 8.213/91 que estabelece que organizações a partir de 100 profissionais reservem 2% do quadro funcional para pessoas que tenham algum tipo de deficiência. Esses são os principais objetivos da Unimed Paulistana, ao instituir em 2008 o Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência e que, hoje, tem sido considerado uma referência para muitas outras organizações.
Segundo Christiane Beatriz Pardo, coordenadora de Recursos Humanos da Unimed Paulistana, a captação desses profissionais acontece através de várias vertentes, dentre as quais: participação da empresa na Feira Reatech, indicações de funcionários da própria casa e anúncios realizados em mídias específicas. "Os profissionais passam por um processo seletivo normal como entrevistas e dinâmicas. A única diferença é que existe um curso de capacitação, o que permite à empresa contratar pessoas sem experiência específica. Isso, contudo, só é possível porque existe um processo de formação interna de acordo com a cultura e as necessidades organizacionais", complementa.
Atualmente, a Unimed Paulistana atende às exigências da Lei de Cotas e conta em seu quadro com 136 PCDs (pessoas com deficiência). Com existe um programa de capacitação formal que dura até um ano, isso permite que os profissionais atuem em todas as áreas da empresa, desde que estejam capacitados para as atividades. A Unimed Paulistana integra o maior sistema de saúde da América Latina - Sistema Unimed que presta assistência para mais de 16 milhões de clientes e 73 mil empresas em todo Brasil.
O programa interno da Unimed Paulistana é dividido nas seguintes fases:
- 03 meses de capacitação formal (04 horas aula/dia).
- Período de 04 a 12 meses no processo de job rotation nas áreas de interesse e habilidades da pessoa com deficiência.
- Após um ano, o funcionário é alocado definitivamente na área em que mais se destacou.
Núcleo de PCDs - Com a instituição do Programa de Inclusão, a coordenadora de Recursos Humanos lembra que foi criado o Núcleo de PCDs. "O núcleo foi a maneira que encontramos de centralizar e conduzir o programa no primeiro ano, que foca a capacitação. Criamos um local específico que fica abaixo de Gestão de Pessoas, na área de Treinamento e Desenvolvimento. Neste primeiro ano fazemos, além da capacitação, o acompanhamento com feedbacks desses profissionais", explica.
Integração com as equipes - Quando o Programa de Inclusão de PCDs foi implantado pela Unimed Paulista, além de adquirir equipamentos como softwares específicos para deficientes visuais, era necessário trabalhar os demais colaboradores para receberem os novos talentos que chegariam à empresa. Nesse sentido, logo no início do programa foi realizada uma campanha de conscientização, sendo promovidas palestras direcionadas para as pessoas que já faziam parte do quadro da empresa.
No tocante aos líderes, houve a preocupação de também realizar ações pontuais para quem iria gerir os profissionais deficientes. "Focamos nosso trabalho na capacitação desses talentos, pois rapidamente percebemos que o maior problema que pode ocorrer na relação do deficiente com a liderança e os colegas é a falta de capacitação. Na verdade, o preconceito existe com quem não produz e não necessariamente com quem tem deficiência", sintetiza Christiane Beatriz Pardo, ao destacar que o maior erro de uma empresa é apostar mais na sensibilização do que na capacitação. As pessoas convivem perfeitamente bem com um subordinado, um colega que, mesmo tendo alguma deficiência produz e agrega valor à área e à empresa.
Quando questionada se após a implantação do programa, observou-se alguma mudança no clima organizacional, a coordenadora de RH responde que não. E justifica que os colaboradores da Unimed Paulista sempre foram muito receptivos com quem chega e esse tipo de comportamento tem a ver com a própria cultura corporativa.
"Inúmeras empresas não conseguem cumprir a meta e manter a cota de profissionais deficientes contratados, mas nós conseguimos. Mas, o nosso maior reconhecimento vem dos próprios integrantes dos nossos profissionais que possuem alguma deficiência, pois eles próprios divulgam o programa e trazem indicações de futuros funcionários", conclui.
Fonte:https://www.rh.com.br/Portal/Responsabilidade_Social/Materia/7921/vale-a-pena-capacitar-e-contratar-profissionais-deficientes.html